Hoje mais velha.
Antes de ser gente, queria ser pedra. Pelo som da palavra. Depois poeta. Porque também gostava do som da palavra. Poeta, era o nome de todos os meus peluches. Antes de saber escrever, quis ser escritora, porque contava estórias a mim mesma para adormecer. O jornalismo, a profissão óbvia, foi apenas uma breve passagem. Fiquei-me pelo Direito. De usar as palavras. Pelos outros.
Hoje mais velha.
Ainda quero ser pedra. Pela dureza de que são feitas. Porque não se partem. Como eu que me lasco um pouco mais em cada queda. Já não quero ser poeta. Os poetas conhecem bem demais a textura das lágrimas.
Hoje mais velha.
Talvez ainda escritora. O sonho dos sonhos. Porque ainda me conto estórias para adormecer nos dias maus.
O Direito das palavras corre-me por entre os dedos e transparece-me na voz.
quinta-feira, dezembro 30, 2010
terça-feira, dezembro 14, 2010
O teu nome
Nunca pude gritar o teu nome aos quatro ventos. Nem confessar a ninguém isto que me rasga o corpo e corrói por dentro. Não posso dizer porque me gotejam os olhos, ou porque as palavras são gritos que me obrigo a calar.
sábado, dezembro 11, 2010
Despedidas
Não sei se quero uma despedida desta vez. Já houve tantas entre nós. E sempre tão definitvas que foi assustador beijar-te pela última vez ou amar-te pela última vez.
Não quero que me morras porque isso seria lembrar-te para sempre. Quero que te desvaneças, que as poucas coisas que ficaram de ti se esmoreçam na correnteza dos dias, para que possa despedir-me delas sem medo do amanhã.
Não quero por isso dizer-te adeus, ficamos no "amanhã ligo", no qual tantas e por tantas vezes quis acreditar. Assim, de nós ficouo cansaço da sobrevivência ao silêncio.
Quero por isso dormir. E quero que saias dos meus sonhos.
Não quero que me morras porque isso seria lembrar-te para sempre. Quero que te desvaneças, que as poucas coisas que ficaram de ti se esmoreçam na correnteza dos dias, para que possa despedir-me delas sem medo do amanhã.
Não quero por isso dizer-te adeus, ficamos no "amanhã ligo", no qual tantas e por tantas vezes quis acreditar. Assim, de nós ficouo cansaço da sobrevivência ao silêncio.
Quero por isso dormir. E quero que saias dos meus sonhos.
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