anda. vamos? onde? a esta hora? Não respondes à minha sucessão de perguntas e escondes-te no silêncio de quem veste apressado o casaco e sai. antes de fechar a porta, diz-me então. vou comprar cigarros. Não fumas, penso eu. Visto também eu o meu casaco apressadamentes e com as chaves no bolso sigo os teus passos. Se desapereceres eu também quero desaparecer contigo.
Seguimos pela rua meio que desorientados pela penumbra da noite escondendo-nos da pouca luz existente. o teu passo acelera de vez em quando. quase corres. á procura de cigarros. à procura do fim. corro também. as minhas pernas são pequenas demais. sinto-me a perder as forças. não queria desistir ainda. acho-me tão nova para essas coisas. desistir. parar de lutar. abandonar o barco. mas confesso. nunca pensei que precisasses de cigarros numa noite como esta. escura e perdida numa aldeia sem luz.
já não vamos a lado nenhum. alcançaste o fim. agora tenho sempre cigarros para ti. se voltares. não precisas de procurar mais nada.
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