Numa discussão rídicula sobre quem está encarregue de lavar os pratos. A nona esta semana e hoje ainda é quase terça, explica-me a minha Cliente, sentada à minha frente, de lágrima no olho e lenço de papel a postos. Alguém gritou primeiro, o outro a seguir. Alguém levanta a mão. Depois o hospital, as lágrimas e ela aqui à minha frente. A pedir-me explicações e soluções para o fim do amor.
Depois dos pratos, a sogra que não sai lá de casa, o cão que nunca se leva a passear a tempo e horas, um elenco de queixas, de discussões e de lágrimas.
Oiço-a e pergunto-me, acaba tudo assim? Neste mar de coisas comezinhas onde naufragavam à deriva a amizade, a cumplicidade e todas aquelas coisas que aprendemos fazer parte do contrato maior que é ou deveria ser o amor.
A Cliente fala. Diz-me que não lhe apetece voltar para casa quando sai do trabalho e pergunta-me o que pode fazer.
Hoje, quando sair do escritório só há silêncio quando chegar a casa. Parti os pratos há uns tempos atrás, era esta a solução que me apeteceu dar à Cliente. Em vez disso lá lhe dei uma mezinha legal pescrita pelo Código Civil para ela orientar a sua vida.
Porque sim, D. Celeste, às vezes acaba tudo assim.
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