Por dentro. Abre-me. Sou só ferida imensa. Carne viva a sangrar. Sem tempo ou pele suficiente para cicatrizar. Abre-me. Com o metal frio do bisturi impecavelmente esterilizado. Sou apenas mais uma. Mais um corpo.
É quase bar aberto. Serve-te à vontade dos meus sonhos e vãs esperanças. Ridiculariza-os, espezinha-os. Fá-lo é de uma vez por todas.
Elimina-os de mim. Para que nunca mais ceda à tentação de acreditar.
As marcas acumulam-se no corpo. No entanto, olho-me ao espelho e incrivelmente ainda acredito. Ainda quero acreditar. Quando sei que não posso, não devo e não quero. Acreditar: no ser humano.
3 comentários:
Tu não queres acreditar mas «isto» é óptimo!
Arrepia!
Tem o tempo certo, a urgência, a violência, TUDO!
Vamos incluí-lo no «romance»?
... e vou mais longe: «isto» está muito para além do textozinho entraçado e verbalmente "bem esgalhado".
«Isto» é já "de outro campeonato", ouviste?...
Novo "apagão"'...
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