Ele está sentado na cama. Costas encostas à cabeceira. Nu. Ela entra no quarto, fechando atrás de si a porta da casa de banho. Por debaixo do roupão branco não há mais nenhuma peça de roupa. O ar condicionado está ligado. Dentro dela um frio seco. Não é permitida quaisquer gotas de água por aqui.
-É isto que queres, não é?
O roupão abre-se. O corpo voluptuoso acontece aos olhos dele.
Nem sequer responde. Levanta-se de um pulo e agarra-a pela cintura depositando o corpo dela na cama por debaixo dele.
Ela odeia o corpo. As curvas da pele que ele vai tocando com a língua, os desniveis nos quais ele se perde com os dentes. Odeia o olhar dele que a aquece. Odeia as mãos dele que esboçam contornos no seu corpo. Devagar.
Demorando a tortura. Dentro de si. Pensa que está quase a acabar. Não foi desta. Alarme falso, ainda, a língua dele explorando os cantos e recantos da boca dela, pergunta-se se isto não acaba. Nunca mais.
Ela já não está ali. Há quanto tempo?
1 comentário:
Texto forte!
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