Leio. Volto a reler. Uma e outra vez. As tuas palavras inscritas em papel de rascunho. E continuo sem saber o que te dizer. Mas não me canso de as ler. Tenho medo do avesso delas. E dos silêncios que as intervalam e que eu conheço de cor. São os mesmos silêncios das nossas conversas, os silêncios que ficam quando as palavras são demais e basta um sorriso, um olhar, um gesto. Mas tenho obrigação de as comentar, de lhes dar uma resposta. Contudo as palavras escapam-se entre os dedos e conduzem-me de novo ao abismo do silêncio. Desta vez meu. Porque não consigo dizer mais do que o meu olhar já diz. E ele não mente. Não a ti.
Sem comentários:
Enviar um comentário