terça-feira, agosto 19, 2008

Só sangue

Choro, mas não grito a dor. Quero parar, mas não sei com o quê. Quero seguir em frente, mas há peso morto a ser carregado por entre o meu corpo. Lágrimas secas que não se dissolvem na pele. Apenas a secam. Irremediavelmente.
Há estilhaços de ti que ainda não cuspi. Tu, aos pedaços, em bocaditos que se enredam nas minhas vísceras e se deixam ficar. Como se afinal pudesses fazer parte de mim. Ainda que...


Dizem que me matas por dentro. Ainda estarás viva?

Só sou sangue. O que ficou depois de ti.

1 comentário:

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

depois do momento existe sempre uma tendência para medir o seu impacto na nossa forma de ser. por vezes passamos a agir após esse momento em prol de uma memória de saudade sem pensar no que ainda está para vir...


abraço