Colhe-se a luz nas imagens que te enfastiam a memória. Não te escondas nos buracos negros das lembranças. Existimos mesmo um dia. Ainda que por uma noite. Fomos banco de madeira, veludo de cinema e cetim numa qualquer cama. Existimos porque estávamos sozinhos e precisávamos de nós mesmos. De nos ver reflectidos em alguém. As tuas lágrimas a final, não são por mais do que um espelho d’água. Onde me vejo e me encontro. Ainda mais negra do que antes. Antes de te ferir.
Lanço pequenas pedrinhas ao charco para que possas emergir dessa dor excruciante. Provoco-te. Faço-te à viva força lembrar que existo. E que existimos. E que tens que me esquecer.
Espelho d’água em pequenos rodopios de dores. Ainda assim um sorriso. Como eu te lembro.
Nessas nossas noites que ninguém há-de nos roubar.
Nem nós de esquecer.
Provoco-te. Porque me obrigo a esquecer-te. Sem querer.
3 comentários:
Oh, "Maria", se tu chamas a um texto como este "plástico"!...´
Apenas o "fecho" não "fecha", na minha modestíssima opinião, com a força e aquela "carga" de surpresa ou de capacidade instintiva para levar o próprio empolgamento crescente do texto à culminância, que um texto destes pede, 'exige', justifica.
Mas (vai-te lá "amolar"!) o conjunto é MUITO bom, ouviste?...
Bem So tu poderas perder essas noites. Realmente ninguem as pode roubar são tuas.
Gostei muito deste blog.Acho que vou acampar por aqui
bju
Um dia ponho a mochila as costas e vou conhecer o mundo contigo! Um final deste genero é melhor. Mas adorei todos os poemas xD *
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