terça-feira, janeiro 27, 2004

quebra-se

o vidro do relógio, os ponteiros afastam-se e o tempo esfuma-se na areia espalhada da ampulheta. Quebram-se os ossos num abraço apertado de encontros fortuitos e de regressos adiados. Quebram-se os pratos em gritos atirados pela janela fora. Quebram-se palavras perante o silêncio de um fechar de olhos já distantes. Quebra-se a pele em beijos e toques ardentes. Quebra-se o som em excitantes gemidos murmurados ao ouvido.
Em mim ... onde tudo me quebra devagarinho. Em ti onde se quedam as minhas lágrimas

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