terça-feira, julho 12, 2005

finalmente

será que o posso dizer com certeza? com toda aquela certeza que preciso para poder continuar. em frente num caminho. que nem sequer tenho a certeza se é o meu. senti a porta bater. Não nos despedimos desta vez. foi a primeira vez que isso aconteceu. ouvi só o estrondo. assim não te pude olhar nos olhos para ter a certeza de que foi a última vez que saíste assim de casa. a meio da noite. depois de mais uma conversa. sempre a última antes da próxima. finalmente. agora quero continuar. agora posso-me libertar do teu cheiro e da tua presença. em mim. na casa. nos livros. na memória e no coração. agora posso voltar a viver. finalmente?

domingo, julho 10, 2005


E tudo sempre tão depressa... Ficaram as saudades por matar e tanta coisa por te dizer ainda. o tempo já não espera por nós. Tenho o comboio para apanhar. À minha espera tenho a estação. Depois a casa vazia. Depois de tudo. Depois de ti. Porto- Lisboa. Sempre o mesmo regresso a casa. Posted by Picasa

E se tudo tivesse sido assim...

como os meus sonhos sonhados e transcritos neste espaço? e se realmente a poesia que nos uniu fosse a prosa simples de duas mãos entrelaçadas no escurinho de uma sessão de cinema? e se os meus olhos não fossem apenas faróis que te indicam que estou sempre aqui? e se o meu sorriso pudesse ter o sabor dos teus lábios em vez deste travo amargo de abandono e saudade? e se tudo tivesse sido assim numa qualquer dessas noites? e se o sono tantas vezes junto e misturado em lutas de almofada fosse apenas o amor costurado e preso às almofadas? e se?


e se tudo isto tivesse acontecido?


isto e mais qualquer coisa...


e se...?


haveria ainda sonho em nós?

sábado, julho 02, 2005

o meu luar

foi numa noite de lua cheia. numa noite sem sono. só sonho. o teu nome e o meu contaminados pela luz da lua. de mãos dadas a sentir. o mar. o oceano ali tão perto. as ondas a acabarem-se na espuma que faz cócegas nos pés. a tua mão que roça na minha. quero-a sentir mais perto. agarro-a, deixo-a prender-se nos meus dedos, soltar-se. sentir a textura dos teus lábios nos meus dedos, a barba mal feita... e depois os teus lábios nos meus. por fim. a noite é madrugada. depois manhã. a lua é sol. e tu és ainda o sonho de um luar.