quarta-feira, dezembro 21, 2011

Algodão-Doce

No teu olhar esconde-se ainda a pornografia do sorriso pelo qual me apaixonei. Foi assim, nunca te confessarei, mas foram os teus lábios que me seduziram. A expresssão doce reflectida nos lábios rasgados que advinhavam a bolinha vermelha no canto superior do ecrã para maiores de dezoito, de vinte e um ou até eventualmente trinta. Senti-me a crescer, inchar como um balão. E a subir, como na música.

Serei exagerada e impúdica também se revelar que toco no céu. Não faz mal. O céu existe para isso mesmo para ser partilhado em momentos assim. De algodão-doce.


domingo, dezembro 04, 2011

Sapatos e Almofadas


Tenho-me em janelas por abrir e camas frias sem lençóis, excesso de madeira preta e fogueiras por incendiar. Há almofadas que se quedam no percurso que desconhecemos o desfecho. Há caminhos que podemos quantificar os passos como com estes sapatos. Sei muito pouco de tudo isto. Sei aliás muito pouco de tudo. Sou incompleta como o vento que sopra lá fora e me rasga a voz. É estranho e irreal, dirás. Direi que sim. Porque sim.