quinta-feira, abril 28, 2005

um dia destes

achou-me bonita. viu-me por ai numa naquelas noites cheias de sonhos, luzes e álcool. levou-me pra casa. beijou-me os olhos suavemente. adormeci na lenta melodia das suas palavras cheias de promessas. Acordei depois.
a casa ardia. tive apenas um momento pra decidir. partir ou ficar. viver ou recordar. Saí a correr. magoei-me. no hospital falaram em queimaduras de 1º e 2º grau.
passa com o tempo, disseram eles. Que assim seja... um dia destes talve passem as queimaduras e nos meus sonhos deixe de ouvir as suas falsas promessas.

segunda-feira, abril 25, 2005

depois da noite

foi noite, madrugada e manhã. na praia. a lua devagar. cor de prata no mar imenso onde as ondas se demoravam a acabar. sem pressa de chegar. vi-te a acontecer debaixo dos meus lábios. as mãos nas mãos. como se o tempo não pudesse passar enquanto o conseguissemos agarrar e termos-nos apenas na noite, madrugada que foi manhã. ainda sem dormir. com um café, um cigarro, um gesto pequeno de adeus. porque teve mesmo de ser.

domingo, abril 24, 2005

porque mudámos

de casa, de café. de atitude. de lágrimas. porque mudaste os meus sorrisos. porque mudaste o meu beijo. porque mudaste o meu café preto e azedo pela manhã. porque mudámos as vidas vezes sem conta. porque nos renovamos em cada minutos em sequer nos darmos conta. porque mudei. mudei também os aspecto do blog.

segunda-feira, abril 18, 2005

segredo

beijavas-me o cabelo e pedias-me segredo. segredo para que aquilo tudo fosse nosso. não precisavas de pedir segredo. no sítio onde eu te escondia, ninguém mais te poderia encontrar. mesmo assim. segredo. o teus dedos contornando os meus lábios. em silêncio. porque tínhamos de falar baixinho. as palavras dos outros não faziam parte de nós.
e sentia-me tão contente. porque te amava. tu amavas-me. mesmo que num amor confinado às paredes daquela pensão barata. numa cama de lençóis arrancados na força do amor. que fazíamos, desfazíamos e inventámos para nós. em horas. minutos em que eu precisava apenas de um beijo. pedias-me silêncio. depois segredo. e no fim. acabou o meu amor. porque desfiz o segredo e fugi de ti. gosto de amar em liberdade.

sábado, abril 02, 2005

o que vês?

O que vês?


Ele e ela. deitados


E que fazem?


Nada. limitam-se a estarem deitados. juntos. em silêncio.


Só assim? Sem mais nada?


Só eles. O silêncio. E o amor.