sábado, dezembro 27, 2003

O nosso amor

Não sei se é amor. Nem sei se é nosso ou se é tão somente meu. Ou se aconteceu ou se fez acontecer com o decorrer do tempo que passou ao largo das nossos cigarros e cafés. Não sei se é amor. Não ouvi sinos, nem vi estrelas, não tive pétalas de rosa para enfeitar os meus sonhos. Por isso não sei se é um amor nosso. Advinho nos fins simples e desprovidos de emoção dos nossos encontros que é apenas um amor meu. Que o seja. Mesmo se não for amor. Mesmo que seja só meu. Sem estrelas ou sinos, sem rosas ou luares.

quarta-feira, dezembro 24, 2003

Natal

Agora é tudo diferente. Falta a magia, o encanto das luzes e das músicas, a excitação das prendas e a consequente desilusão com algumas delas, agora falta tudo isso... as dietas não permitem abusar das delícias da cozinha e o dinheiro não estica para as prendas que fazem brilhar os olhinhos.
Agora é tudo diferente, continuam-me a dizer. E eu faço de conta que não ouço. Porque mesmo sendo diferente este Natal, é ainda Natal porque ainda existe o mais importante : as pessoas. As que trago em forma de recordação dentro de mim e as outras a quem dou um abraço cheio de carinho.
Bom Natal para todos. Sejam reais ou virtuais. Não importa.

Para sempre

- “Se te tive, não dei fé. Se me tiveste, foi um engano. Conclusão: não existes para mim”
Foi assim, só assim com esta frase, numa esplanada a abarrotar de pessoas que te despediste de mim. Lembro-me bem: Algarve; nós os dois sozinhos, nas nossas férias de sonho, uma lua-de-mel antecipada porque casar era ainda cedo demais, primeiro o curso, depois o casamento e mais tarde os filhos. Estava tudo planeado até que de repente, entre um beijo e outro....
- “Se te tive, não dei fé. Se me tiveste, foi um engano. Conclusão: não existes para mim”
Pedi-te explicações, motivos. Estavas doida só podias estar! Sete anos de namoro para que me dissesses essa maldita frase sem qualquer sentido, mas na qual se lia claramente a palavra Fim. Perguntei-te se querias tempo para pensares melhor, afinal eram sete anos de planos, de sonhos, de descobertas. Nada. Só aquela maldita frase. Depois o silêncio. Voltaste para Lisboa nessa mesma tarde, de comboio, presumo eu, porque o carro era meu e tu não sabias conduzir.
No caminho, que fiz a toda a velocidade, sem sequer pensar nos perigos que estava a correr, só pensava no único perigo óbvio que se estendia à minha frente: ficar sem ti. Tentei arranjar desculpas para o indesculpável, a pressão dos exames que se aproximavam, o Diogo que andava sempre à tua roda, tentando-te seduzir com as manias de menino rico ou ainda quem sabe o período! Aventurei-me até pensar numa gravidez não desejada. Sem respostas. Só a maldita frase que até hoje ainda sei de cor, embora continue sem saber o seu significado.
Não respondeste aos emails e mensagens escritas, recusaste-me as chamadas, até que eu por fim desisti.
Anos mais tarde, voltei ao Algarve, àquela mesma esplanada e vi-te a despachar um homem (quem sabe se com a mesma frase?!). Tomado por uma súbita curiosidade, aproximei-me de ti e segredei-te ao ouvido...
- “Se te tive, não dei fé. Se me tiveste, foi um engano. Conclusão: não existes para mim”
Soltaste uma sonante gargalhada e obrigaste-me a sentar ao pé de ti. Falámos dos velhos tempos da faculdade e não chegámos sequer a tocar nessa enigmática frase até que à despedida tu...
Tive-te. Tiveste-me. Como nunca. Como ninguém. Para sempre.
Fechaste os olhos e beijaste-me os lábios. O sabor dos teus lábios era ainda o mesmo. Tenho-te. Tens-me. Para sempre.

domingo, dezembro 21, 2003

Rostos, confissões e melancolias...

Natal. Apenas mais um. A minha lenda é já imortal. Sou o avô dos mais pequenos e o pai daqueles que nunca crescem. O Pai Natal. Este ano estou cansado, velho e triste. Melancólico também. Os anos passam por mim. As coisas transformam-se. E as pessoas que amo morrem. Eu não. Continuo bonacheirão, gordo e sentado junto de um pinheiro. Já distribui as minhas prendas e desta vez não esqueci ninguém, nem sequer as minhas renas que trabalham imenso nestes dias. Por isso e porque a idade permite estes pequenos luxos, deixo-me ficar sentado, junto da lareira, contemplando o meu pinheiro engalanado com os rostos de todos aqueles que por mim já passaram. Não quero saber de bolas esplendorosas, sinos pomposos ou mesmo de estrelas prateadas. Olho estas estrelas (as verdadeiras estrelas que brilham para sempre) e sei que elas são o meu verdadeiro céu. Na maioria, crianças. De sorrisos mágicos. Olhos cheios de sonhos e rostos repletos de histórias que ficarão por contar. São tantas... Ser uma lenda imortal tem destas coisas. Perde-se a noção de quanto tempo passou e quanto ainda falta passar. Continuo sentado no meu sofá. Desejando de novo mais um Natal. Mais sorrisos. Mais crianças. Apago a lareira e todas as luzes. É quase meia-noite. Espero silenciosamente. Bem-vindo Pai- Natal...

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Dezembro

Passou a corrrer e não dei por ele. Apanhou-me desprevenida à noite. Dei por mim a olhar para as montras e as luzes e disseram-me "Bom Natal". Pois é, hoje, é Dezembro. O meu mês. O mês dos meus anos. E o mês em que revejo as minhas memórias num trabalho de revisão apressada das matérias em falta. Em que guardo e queimo cadernos cheios de palavras que nunca se disseram e que não deveriam ter sido sentidas. O mês em que normalmente páro, olho e escuto-me a mim mesma. Este ano não dei por ele. Ou então foi ele que não me encontrou.
Por isso este ano, não vou perder tempo a rever a matéria, em considerações lentas sobre um passado que se quer encerrar. Este ano vou apenas terminar o ano. Fazer anos e recomeçar tudo em Janeiro. Sem pausas para pensar e para dar azo à solidão desses dias que passaram e desses outros que ainda estarão para acontecer. Dezembro, em mim. Só por hoje.

terça-feira, dezembro 16, 2003

Em linha com o tempo

Há tempo para tudo, disseste-me um dia. Até tempo para me esqueceres, continuaste tu, numa conversa parecida com um monólogo que não quis escutar. Nem nesse dia, nem nos outros que se seguiram a esse. Passaram anos. Casámos. E sempre que me dizias isso, eu negava-me a ouvir-te. Não poderia haver esse tipo de tempo entre nós. O tempo não poderia apagar as marcas, o brilho do olhares, ou os meus sorrisos idiotas quando falava de ti. Para isso não haveria tempo. Nunca seria suficiente. Talvez noutra vida eu te pudesse esquecer. Nesta não.
Enganei-me. Como me enganei a pensar que seria eu a cuidar de ti, quando chegássemos à velhice. Esqueci-te. Olho, vejo-te e não te reconheço. E nos poucos momentos de lucidez que ainda tenho, juro-te que não te volto a esquecer. A memória trái-me. Esqueço-me de ti a cada segundo que passa. Este é talvez o tempo de que falavas, o tempo inopurtuno de uma morte lenta, em que não há vida dentro de mim. Os órgãos vitais ainda funcionam. Mas eu esqueci-te. Ainda te amo. No silêncio da minha doença. Num segredo íntimo que nem mesmo eu conheço.

Ausência em mim

Ausentei-me do blog, das palavras e das emoções. Não, porque não as sinta, mas porque as ignoro e tento contorná-las. Ausentei-me também de mim, das pessoas que convivem comigo diariamente e de todos os outros que me visitam aqui neste Luar. Ainda não tenho dia certo para o regresso. Nem sei se voltarei ou como voltarei até mim. Sei-me apenas perdida e muito baralhada. Quase sem palavras para vos dar.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

E

porque não me ouves, porque não entendes o que te digo, quando digo que quero o teu corpo junto ao meu. e porque tens medo. das consequências, dos arrependimentos, dos sentimentos e das ilusões. e porque tens medo do futuro. porque tens medo que não fale a sério. mas falo. e porque eu tenho medo do presente do como vai ser quando... e porque... vai ficar tanta coisa por te dizer e por te sussurar ao ouvido quando eu já não conseguir falar, silenciada por um beijo ou uma emoção mais forte, digo-te já aqui: quero-te.

"Não te amo; quero-te"- Almeida Garret

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Novo blog

Nasceu o blog do estado de sítio pela mão de alguns estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa.
Este blog dá sequência á edição on-line do jornal e á de papel que saiu em Maio deste ano. Espero que gostem deste projecto, no qual me integro e escrevo de um modo muito diferente do que aqui estão habituados a ler.
Aqui fica para já um pequeno trecho de um artigo meu da 1º edição do jornal.

"O populismo gera audiências e fica barato; esta é a lei reguladora da televisão. Não se pede pedagogia ou ética; pede-se a vida real. O verdadeiro país. O verdadeiro povo. Mas o verdadeiro povo será mesmo essa massa anónima que parece ter uma sede inesgotável de polémica e escândalos ou o verdadeiro povo do verdadeiro país vence a inércia, muda de canal e salta para as ruas, para defender os seus direitos em causa própria, como assistimos nos últimos meses com a falência e deslocalização de diversas empresas estrangeiras?
Será que alguém ainda sabe mesmo a diferença entre estes três conceitos? Apela-se ao Estado para que nos proteja de toda essa violência de estilos de quem afirma “não se calar e ser um fiel representante da voz do povo”. Mas que povo é esse? O mesmo que escolheu livre e conscientemente os seus deputados? Ou o povo que prefere acreditar na “justiça televisiva” do que em instituições? A justiça é cega nos tribunais. Será também na televisão? Ou as audiências são a venda que nos tapa a todos?"

O resto do artigo está on line. Leiam-no

precisa-se

urgente. uma direcção, um destino. um mapa. uma bússola, um palavra. um beijo. um abraço, um corpo onde aportar. um vento que me abane fortemente, uma rede de trapezista onde seja seguro cair. precisa-se e é urgente.

fugir

fugir. deixar que o tempo passe por mim e apague as dores e as mágoas e as lembranças. ficar vazia, sem pensamentos. por um dia. por um mês. um ano. morrer depressa. apagar os vestígios de mim no mundo. um dia renascer. menos deprimente. menos cansada. com mais energia. menos entrega. menos paixão. menos eu. fugir. enterrar-me num pedaço de papel e voar com o vento para qualquer lugar. longe daqui, longe de mim. fugir. reinventar-me no corpo de alguém. sem promessas. sem futuro.sem vergonha. sem passado. sem presente. só o minuto do calor dos corpos e do cheiro que fica sempre no ar. fugir. escapar-me entre os meus dedos que procuravam afincadamente outros dedos em que se pudessem encaixar. fugir. de mim.

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Ar...

"Entre uma sonho que me aviva a alma, entre um desejo que me inunda o corpo, por entre frases, palavras, gestos mimicos, que me denunciam perante a tua imagem. Arriscava tudo.Mesmo sem advinhar quais eram os riscos. Porque te quero.
Não percebes? És o meu ar... "

Ink


Este é apenas um fragmento que lançaste ao vento e que li, reli e não deixei que o teu tempo apagasse. Conservo-o em mim porque também eu "arriscava tudo. Mesmo sem advinhar quais eram os riscos." Tenho vontade de arriscar. Mas não sei se posso. Não sei se há espaço para arriscar. Responde-me tu. Há?

quarta-feira, dezembro 03, 2003

em sangue

com dedos magoados, com asas feridas, voz toldada e um sorriso nos olhos te digo que voltei. ainda em sangue, de chagas abertas. débil e ainda triste. Mas voltei, estou a voltar... a mim.

A Gaivota

Foi com este conto que nasceu a Maria da Lua. Tinha 15 anos quando o escrevi. Apesar do tempo que separa o presente desse passado, ele ainda continua actual e eu ainda continuo a identificar-me com ele. Por isso decidi publicá-lo hoje aqui. Espero que gostem...

Gaivota

Como te prometi, regressei. Perdoa o tempo que demorei. É verdade, perdi o medo, perdi o medo de regressar. Voltei. Vivo agora das memórias. Das tuas memórias e das nossas... Desço as escadas até à praia. Redescubro os nossos mil lugares. O sol mergulhou inteiro na linha do horizonte, na linha que os meus olhos alcançam. A linha que quiseste ultrapassar.
Enterro, ao caminhar, os pés na areia escaldante. Será que foi este vento que te arrastou? Será que foi nesta espuma que te transformaste? Será que estes grãos amarelados que piso são restos teus?
Tinha de ser aqui... tudo tinha de terminar aqui. Porquê?
Fixo os olhos na areia e no mar. Em tudo que resta das minhas lembranças desta praia. Não quero, mas... soltam-se lágrimas, lágrimas que nunca chorei, lágrimas que nunca mereceste... lágrimas que só tu poderias abafar.
Mas estás longe. Longe, apenas longe. Ainda existes? E que diferença faria isso hoje? Estás longe... é apenas isso que me magoa.
Olho o céu que perdeu o calor do sol e ganhou as cores da harmonia, da perfeição. Dezenas de aves esvoaçam pelos céus, céus que um dia quiseste alcançar.
Uma gaivota pousa na duna: na nossa duna. Quieta, olha tudo o que a rodeia. Parte. Atravessa os céus. Já só a distingo pela mancha cinzenta que se confunde com a escuridão da noite. E a gaivota voa... voa... Voas...?
Volto para a antiga casa. Talvez adormeça a ouvir os sons da escuridão, talvez a lua ilumine o meu sono. Talvez amanhã te esqueça. Talvez amanhã...
É manhã. É cedo. O sol também acabou de acordar. Dormi bem, por estranho que te pareça. Hoje vou mesmo ter a certeza se perdi o medo. Vou nadar até à gruta.
Tenho medo de não conseguir, da dor ser mais forte. As lágrimas podem vencer as vagas do mar? Tenho medo, medo, medo de ter medo. Mas devo-te isso. Os medos ultrapassam-se... sempre?
Aproximo-me do mar. Tenho medo. Sempre o medo. Medo.
O contacto com a água provocou um arrepio que, rapidamente, se estendeu ao corpo todo. Mas não é o momento de recuar. Não agora. Nadei, passei os rochedos, ou o “Adamastor”, como lhe chamávamos. Tive, pela primeira vez, medo do mar. Engoli muita água, tanta que a garganta secou com o sal. Ali, também não havia necessidade de falar.
Alcancei a gruta depois de muito esforço. Senti-me extenuada e com muito medo. Muito medo do que iria encontrar. Fatigada, deixei-me cair nas réstias de algas secas e areia, que ali se encontravam. Fechei os olhos e, mais uma vez, tive medo. Medo de me perder. Encontrei o cofre. E agora...? Tenho medo...
Uma gaivota atravessa a gruta e pousa em cima do cofre. Quieta, olha tudo o que a rodeia. Parte, é livre de partir. É livre de voar. Como tu.
Durante instantes fixei o cofre. Não valia a pena abri-lo. Nem mesmo levá-lo. Era teu... era do mar. Ele que o levasse.
Abro o cofre. Choro. O búzio, a vieira preta, a estrela do mar e uma folha de caderno dobrada em dois. Ao aproximar o búzio do ouvido oiço vozes. Vozes indefinidas... a tua ou a do mar? Talvez apenas oiça a do meu coração. Talvez...
Cuidadosamente, pego na vieira preta. Foi a primeira relíquia do nosso cofre. A primeira concha que achei quando vim para aqui morar. Tem meses, séculos de memórias e histórias por contar.
A estrela do mar foi uma prenda tua, no primeiro aniversário da nossa amizade. Antes guardávamos também aqui as cartas que escrevíamos. Mas essas rasgaste-as ao vento...
Deixa-me ser cobarde uma vez mais e confessar-te que tenho medo. Medo de ver a folha do caderno. Medo, medo de me perder. A gaivota voltou...
Pousa mesmo a meu lado. É linda: cinzenta, com um bico longo. Envolve-a uma atmosfera de mistério. Parece que reconhece tudo isto, eu, as lágrimas, o cofre e este lugar.
Aproxima-se mais, toco-lhe medo. Não foge, não pica. Acaricio-lhe as penas com movimentos suaves com que ela se delicia. Afasta-se. Quieta, olha tudo o que a rodeia. Parte. Sempre.
Desdobrei a folha. Um desenho: o teu rosto, cortado por uma gaivota cinzenta... e uma pequeno texto, que li a medo:
“Matilde, se um dia conseguires, perdoa-me. E tenta... tenta ser feliz. Concretizarás esse sonho. Tua, para sempre...”
Ela descobrira a gaivota. Ela era a gaivota. Era a gaivota que, livremente, atravessava os céus. Era a gaivota que voava. Era livre.
Pertencia ao paraíso ambicionado, ao mar e ao vento. Pertencia à liberdade.
A gaivota pousara mais vez junto ao cofre. Fora o seu último voo. Deixou que eu lhe fizesse uma última carícia e fechou, para sempre, os olhos.
Morrera. Abandonei-a nas ondas do mar... juntar-se-à a ti, quando o sol mergulhar inteiro, na linha do horizonte...





terça-feira, dezembro 02, 2003

ao beijo

que não sinto, que só me chega como ecos de um tempo que nunca chegou a existir. ao beijo que já não sei receber, ao beijo que não passa de uma ilusão construída de palavras que me recuso a entender, ao beijo sem história, passado ou futuro. ao beijo que me rouba o presente e me leva por maus caminhos. ao beijo do desconhecido, do ausente, do desejo premente que me assalta de quando a quando, ao beijo que queria receber, ao beijo que é teu e no fundo tão meu, porque só existe assim: em palavras.
ao beijo que não existe... ao beijo que queria que existisse... enfim ao beijo... A todos beijos que este post dá vontade de dar.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

E imitando- o . Lisboa, porque sim. Com os seus loucos, os seus pobres e os seus bêbados, as suas prostitutas e as suas crianças abandonadas. Lisboa, porque sim, cheia de cimento e betão, de prédios espelhados e carros a perder de vista. Lisboa, porque sim, nos seus cantos e recantos, onde o olhar se prende e o encanto acontece. Na claridade de uma tarde soalheira, detentora de uma luz invejada, Lisboa, porque sim. Porque é a cidade que aprendi a amar entre as escadas rolantes de um centro comercial e as escadarias de Alfama. Lisboa, porque sim. Sem explicações.

Suicida-te amanhã

hoje ainda é cedo demais. Ainda não viveste tudo. Ainda não amaste tudo. Ainda não sofreste tudo. E sobretudo ainda não foste feliz como queres e como mereces. Ainda tens imensas páginas para preencheres com o teu lápis de carvão, algumas músicas para decorares, cantares e assasiná-las vezes sem conta ao meu ouvido. Muitas achas para arder na lareira nessas noites que ainda estão por acontecer.
Ouve-me. Lê-me:Hoje é cedo demais. Porque eu ainda estou aqui. Suicida-te amanhã...

Indecisões...

Para quem queria deixar este luar, arrumá-lo e dar-lhe outra pele, não é um prenúncio de despedida, pelo contrário é torná-lo mais confortavél para podermos ficar ainda mais tempo com ele. (Está melhor, não está?) Não sei se a intenção foi essa quando decidi andar a brincar com o template. Ainda não decidi se fico ou parto. Ainda não sei tantas coisas...