sábado, julho 31, 2004

Regressos

De novo em Lisboa e já com saudades do Porto. Das ruas inclinadas. Dos cafés onde ainda reina o fantástico ambiente de tertúlia e convivência. Do mercado. Do Palácio de Cristal com as suas varandas para o rio. Do cais de Gaia. Das pontes que talvez um dia sejam o meu futuro. Das lojas de bairro onde me apetece sempre perder. Do cubo da Ribeira. E das pessoas. Dos sorrisos e dos abraços. Que encontrei desta vez no Porto.

quarta-feira, julho 28, 2004

Porto... ainda.



Ainda no Porto. Com saudades. Mas sem vontade de voltar. Com o sotaque já muito alterado. Embrenhada nas névoas misteriosas e nos quelhos que não levam a lado nenhum. Nas pessoas que cativam à primeira. Porque o Porto ainda me encanta em cada viagem. Em cada regresso... apetece dizer...

quinta-feira, julho 22, 2004





Não sei se vão ser férias. Mas vão de certeza saber-me bem estes dias na Invicta. Por tudo o que a cidade é. Por todos os bons momentos que lá passei. Pelas pessoas, pelas ruas, pelo rio que acompanha a cidade e por tudo o resto que não sei descrever mas que em mim pertence ao Porto. Até depois....

verdades

A verdade? !


Encontra-a  tu. às vezes não sei mesmo onde a deixei. Se existe. Já não sei distinguir o que é realmente daquilo que eu gostaria que fosse. Não sei até que ponto não somos as personagens que escrevemos na nossa história. Para não nos esquecermos de nós, dizes-me tu.  E tenho medo que seja verdade, sabes? Que isto seja verdade. E que eu acabe mesmo por nunca me esquecer de ti. Que a verdade ultrapasse a nossa ficção e que uma das verdades a minha ou a tua subsista apesar de tudo. Ainda acreditas em finais felizes? Como vai ser o nosso? Ficção ou verdade? A tua ou a minha.

terça-feira, julho 20, 2004

as tuas palavras

as tuas palavras agarram as minhas e prendem-me ao sonho. Escapam-se beijos com sabor a cerejas e promessas com sabor a eternidade. Os silêncios suspendem olhares. E o tempo queda-se mudo a ver o amor acontecer.  em nós.

sábado, julho 17, 2004

hoje

hoje quero ser apenas um barco no mar

perdido e naufragado nos teus braços

que me acolhem sempre com um sorriso renovado
 


hoje quero ser a âncora que se prende em ti

a janela que se abre para o mundo

a flor que faço desabrochar  


serenamente... hoje... em ti

barco amarrado ao cais

terça-feira, julho 13, 2004

O vento veste os cabelos, rasga a voz; é eco... sabe de nós. Ricardo Mariano

O vento veste os cabelos, rasga a voz; é eco... sabe de nós. Ricardo Mariano É a única testemunha das esquinas frias onde nos despedimos a medo. Ninguém nos pode ver. Ou pressentir. Que isto existe. Que existimos. Que não é apenas o vento de um fim de tarde de inverno que me despenteia os cabelos. São as tuas mãos que os puxam. São os teus dedos que se enrolam nos meus caracóis.
É o vento desse final de tarde que me devolve à outra vida. É esse mesmo vento que me sacode por dentro. Me faz ter calor por todas as entranhas de mim e desejar-te. Aqui e agora. Mais do que um eco. A tua presença. E vento que sabe sempre de nós...

domingo, julho 11, 2004

no chão

de tijoleira, ela senta-se de pernas cruzadas e desenha. A carvão. Traços pretos que definem caminhos, rostos e sonhos. Os dela. Os de ambos. Porque ele sentado, também no chão, toca. Com as cordas inventa e reinventa acordes. Melodias que penetram no ouvido e ficam. A martelar. A desenhar os riscos a carvão que ela traça nas infindáveis folhas brancas que enchem o chão. De tijoleira. Fria. A única testemunha deles. De como fazem, numa forma única e singular, amor. E arte. Numa comunhão perfeita em que se ilude o tempo lá de fora e se caminha de mãos dadas. Ali e só ali. Naquele canto a dois. Onde o amor acontece. E arte se mistura. A dois.

quinta-feira, julho 08, 2004

São só palavras

disse-me ela quando pela primeira vez me leu. Aceitei calada. Tinha razão. Fui para casa reformular o texto, tentando-lhe inventar um estilo e reinventar as palavras. Não resultou, a professora de português cotou a minha composição com um insuficiente sem apelo nem recurso. Não quis desistir. Mas sabia que um dia teria de o fazer. Que não se pode inventar o que não se tem, neste caso, talento. A professora deveria ter razão. Eu não sabia escrever.
Os anos passaram. Hoje, admito, ela tem razão. O que escrevo são só palavras. Que vêm de dentro. Que me corroem, me agridem e me fazem sorrir. Escrever é um prazer. Inimaginavél para quem está do outro lado do espelho. Enfrento os fantasmas de antigamente e dedico-me a escrever. Por agora aqui. Há quase um ano...

sábado, julho 03, 2004

Obrigado

Não era suposto escrever hoje. Nem sequer vir aqui ao blog. Aconteceu lê-lo de ponta a ponta como nunca o tinha feito. Ler e reler posts e comentários. Num acto de narcisismo puro ou de tentativa de elevar o ego. No fim de todas as leituras ficou apenas uma imensa gratidão a todos os que comentam, aos que me escrevem e a todos outros que ainda se detém a ler as minhas palavras. Obrigado.

quinta-feira, julho 01, 2004

apetece-me

Apetece-me um café. Um copo de vinho tinto. A minha música. Uma longa conversa. E uma boa companhia.