terça-feira, novembro 30, 2004

Passado, presente e futuro

Fica com o teu passado-presente que eu vou ao encontro do meu futuro.

sábado, novembro 27, 2004

Ainda a voz

porque ainda não há corpo do outro lado do espelho. ainda não há nada de visivél sem ser o sorriso. o meu espelhado na voz que já conheces de cor. o teu, derramado nas infindáveis conversas que roubamos ao tempo que já nos conhece e nos trata por tu. há mais coisas. que não sei nem sequer me atrevo a nomear. sigo-te o exemplo e sou cuidadosa. mas ainda me continua a apetecer adormecer com o som da tua voz. e isso já é alguma coisa ou não?

quarta-feira, novembro 24, 2004

A voz...

Hoje apetecia-me confessar-te que gosto de ti. Dizer-te isso ao telefone. Com aquela voz que te acostumaste a ouvir antes de dormir. Aquela mesma voz ensonada que a custo te diz bom dia através do telefone. Aquela voz mesma voz que te faz sonhar com outras delícias e lentamente faz despir a imaginação ao ritmo dos teus sonhos. Lembras-te dessa voz?
Hoje apetece-me dizer, com essa mesma voz, que gosto de ti. E apetece-me falar contigo...

sexta-feira, novembro 19, 2004

Outono




Porque é Outono ainda. A cor do teu corpo ainda não mudou. Eu ainda não envelheci como envelheço em cada Inverno. Porque ainda há tempo antes de escurecer. despe-me. muda-me. ainda é outono. depois... é sempre demasiado tarde.

quinta-feira, novembro 18, 2004

repito-me

sempre que falo de mim. ou de ti. ou mesmo de nós. repito-me. porque falo sempre de uma esperança. de um olhar ou de um gesto que se perdeu. falo do silêncio e de todas aquelas coisas estúpidas que um dia queria poder dizer-te. aquelas, tão mas tão rídiculas, que parecem feias ao serem ditas alto e à luz forte do dia. Talvez por isso só as diga em sonhos. à noite. Para que nem as tu as possas ouvir. repito-me. corto-me. espero. sangro. parto. a sós. com as minhas coisas estúpidas. porque não tu não as podes ouvir.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Dói

e dói vivermos sem ti. porque há agora um outro tempo na tua memória hoje. um tempo do qual já não faço parte nem sequer me reconheces se me vês. o teu mundo já não é o meu mundo. e os teus olhos já não brilham. agora és vazio. um vazio que dói olhar. porque já foi tudo tão diferente. porque já me ralhaste tanto. porque já me abraçaste tanto. porque as tuas mãos dadas com as minhas já percorreram tantas ruas de Lisboa. porque já rimos tanto as duas. agora parece incrivél ver-te confinada a uma cama. a um vazio. a um mundo do qual não posso. não consigo ser parte. o teu sorriso hoje são apenas músculos que se movem. ontem era a alegria do mundo. e dói vivermos sem ti...

sábado, novembro 06, 2004

sem nome

sem nome. porque o perdi algures entre o teu quarto e o meu. sem nome. porque isso nunca foi importante. sem nome porque o silêncio foi sempre mais do que as palavras. sem nome. porque as cinzas que restaram de uma das nossas noites a senhora da limpeza varreu-as na manhã seguinte. sem nome. porque há milhões de átomos também sem nome. e nós somos apenas pequenas poeiras que teimamos em ficar suspensas num espaço. assim. sem nome. quase quase amor. mas sem nome. porque o nome estraga sempre tudo.