terça-feira, dezembro 29, 2009

Deste lado

Através desta janela há chuva e um rio prateado. Há um passado a ser encerrado.  Amanhã nasço uma vez mais. Ainda os conto. E apago as velas. E sorrio com as conquistas. E espanto-me com as pequenas rugas que começam a despontar no meu rosto de menina. Depois acaba o ano. É o futuro pronto para ser estreado.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Por dentro

Por dentro. Abre-me. Sou só ferida imensa. Carne viva a sangrar. Sem tempo ou pele suficiente para cicatrizar. Abre-me. Com o metal frio do bisturi impecavelmente esterilizado. Sou apenas mais uma. Mais um corpo.

É quase bar aberto. Serve-te à vontade dos meus sonhos e vãs esperanças. Ridiculariza-os, espezinha-os. Fá-lo é de uma vez por todas.

Elimina-os de mim. Para que nunca mais ceda à tentação de acreditar.


As marcas acumulam-se no corpo. No entanto, olho-me ao espelho e incrivelmente ainda acredito. Ainda quero acreditar. Quando sei que não posso, não devo e não quero. Acreditar: no ser humano.