desse tempo que se estende para além de nós. do tempo antigo. dos telefonemas desesperados às amigas de madrugada, das solitárias noites de gelados, chocolates e filmes românticos. das choradeiras. do tempo em que te via e tudo em mim vibrava. preciso do tempo em que ficava horas a pôr-me bonita para tu me achares um bocadinho de nada diferente. preciso do tempo em que ver-te era a magia desse dia. da semana inteira.
preciso do tempo em que te ver não era acordar com o teu ressonar durante a noite. as nossas mensagens não era informações sobre o trânsito. preciso do tempo em que as nossas conversas não eram sobre a ementa do dia a seguir. preciso do tempo em que gastava o meu dinheiro em roupa para te seduzir e não electrodomésticos a crédito.preciso daqueles fins de tarde na praia num rapto inesperado e precioso ao contrário das idas ao supermercado e das limpezas em casa.
preciso do tempo em que sabia que te amava e isso bastava-me para viver.
domingo, maio 29, 2005
sexta-feira, maio 27, 2005
a parede branca...
Antes era assim:
Dói
e dói vivermos sem ti. porque há agora um outro tempo na tua memória hoje. um tempo do qual já não faço parte nem sequer me reconheces se me vês. o teu mundo já não é o meu mundo. e os teus olhos já não brilham. agora és vazio. um vazio que dói olhar. porque já foi tudo tão diferente. porque já me ralhaste tanto. porque já me abraçaste tanto. porque as tuas mãos dadas com as minhas já percorreram tantas ruas de Lisboa. porque já rimos tanto as duas. agora parece incrivél ver-te confinada a uma cama. a um vazio. a um mundo do qual não posso. não consigo ser parte. o teu sorriso hoje são apenas músculos que se movem. ontem era a alegria do mundo. e dói vivermos sem ti...
Hoje é assim:
a parede branca. os sussuros das pessoas. as lágrimas que apesar de tudo ser tão natural e esperado. ainda dói. desculpa doer. mas ver-te aqui tão longe num mundo onde não mais te vou encontrar. fechada e trancada nessa madeira escura e àspera sem os beijos que tanto gostavas de receber de toda a gente. ainda dói. desculpa dizer. vai doer sempre. porque cada dor é assim. traz sempre as lágrimas. a comoção. cada morte é assim. a tua também foi. igual a todas as outras. foi uma parte de mim que se foi. a inocência e a beleza de uma infância que cada vez fica mais para trás. ainda dói. desculpa dizê-lo.
23 de Abril de 2005
Dói
e dói vivermos sem ti. porque há agora um outro tempo na tua memória hoje. um tempo do qual já não faço parte nem sequer me reconheces se me vês. o teu mundo já não é o meu mundo. e os teus olhos já não brilham. agora és vazio. um vazio que dói olhar. porque já foi tudo tão diferente. porque já me ralhaste tanto. porque já me abraçaste tanto. porque as tuas mãos dadas com as minhas já percorreram tantas ruas de Lisboa. porque já rimos tanto as duas. agora parece incrivél ver-te confinada a uma cama. a um vazio. a um mundo do qual não posso. não consigo ser parte. o teu sorriso hoje são apenas músculos que se movem. ontem era a alegria do mundo. e dói vivermos sem ti...
Hoje é assim:
a parede branca. os sussuros das pessoas. as lágrimas que apesar de tudo ser tão natural e esperado. ainda dói. desculpa doer. mas ver-te aqui tão longe num mundo onde não mais te vou encontrar. fechada e trancada nessa madeira escura e àspera sem os beijos que tanto gostavas de receber de toda a gente. ainda dói. desculpa dizer. vai doer sempre. porque cada dor é assim. traz sempre as lágrimas. a comoção. cada morte é assim. a tua também foi. igual a todas as outras. foi uma parte de mim que se foi. a inocência e a beleza de uma infância que cada vez fica mais para trás. ainda dói. desculpa dizê-lo.
23 de Abril de 2005
domingo, maio 15, 2005
Gosto das tuas lágrimas silenciosas que percorrem o teu rosto de menino e acabam nos meus dedos. Dos teus caracóis que se enredam entre os dedos e acabam por se juntar à almofada onde todos os sonhos ficam depois do adeus.
Gosto do teu sorriso grande de surpresa quando são os meus lábios que te acordam na madrugada quente, suada e tão nossa no fim de contas.
Gosto da luz vaga que te ilumina o rosto fechado e absorto no vazio de um olhar que quero apreender na memória: é o único espaço onde ele cabe agora.
Gosto do teu sorriso grande de surpresa quando são os meus lábios que te acordam na madrugada quente, suada e tão nossa no fim de contas.
Gosto da luz vaga que te ilumina o rosto fechado e absorto no vazio de um olhar que quero apreender na memória: é o único espaço onde ele cabe agora.
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