tela azul cobalto. a cor perfeita do meu silêncio. sem traços, riscos ou rabiscos. apenas a tela azul. o tom das lágrimas que se aprendem a calar. a cor dos teus olhos fixos nos meus quando tudo o resto era tempestade lá fora. o céu, também azul forte, naquele fim de tarde na esplanada, onde tudo doeu mais forte. Mais uma vez. E foi o fim.
A paragem imperativa das vozes e das pessoas que se acotevalaram diante de mim a quererem falar, dizer, pedir, exigir e algumas até se dispuseram a ouvir. Mas não havia nada.
Simplesmente, nada para dizer. Não quis falar para não peturbar o acontecer deste azul cobalto que se instalou. Não quis mesclar este azul de silêncio e odor a maresia com quaisquer outras cores. Vivo em piloto automático. Não sinto. Não penso e não vivo. Silencio-me apenas até que tudo passe. E fique somente a tela azul cobalto. Testemunha em silêncio.