entram. acumulam-se. pequeninos. disfarçam-se de gente pequena e encaixam-se uns nos outros. como se fizessem realmente parte uns dos outros. uma massa estranha que se olha mas não se vê. que repara no mais pequeno pormenor do outro e faz disso o seu mundo até à próxima paragem. um sorriso. depois da próxima. o teu olhar ficou preso no meu. e não te conheço. nunca o vou conhecer. Lês a revista das novelas, e de vez em quando fechas os olhos. podias ser minha mão. com um pouco mais de pintura na cara, outras roupas e o cabelo pintado, podias ser a minha mãe. ou a Zulmira, a empregada lá de casa. és tão parecida com ela. as mesmas varizes nas pernas. o desmazelo nas roupas e o ar sonhador com que lê a revista das novelas.
Sorris-me. Podias mesmo ser a Zulmira. E nunca a minha mãe. Ela não sorri assim...
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