quarta-feira, maio 10, 2006

ainda a casa

A casa viu-me crescer, sonhar, chorar, rir, sorrir. viu-me gostar, desejar e amar.Agora é finalmente minha. depois de tudo. esteve quase quase quase para não ser. esteve quase para ser vendida. teve obras. agora é um arco-íris. cada divisão tem uma personalidade própria com uma cor para si mesma. todas respiram novidade. alegria. renovação. as paredes são as mesmas. sem papel. mas cheias de memórias e de histórias. um albúm silencioso que sabe segredos e pecados a mais. não há lixivía que tire o cheiro da sabedoria que estas paredes possuem. não há cortinas que tapem a luz que inunda a casa e me faz amar esta cidade. não há risos e sorrisos suficientes que limpem as lágrimas encrustradas nestas memórias que as paredes conservam. podia viver noutra casa. como vivi. e como desta vez estive quase quase a viver. podia ser uma casa mais pequena, menos dispendiosa, menos velha e problemática. mas não seria esta casa. não seriam as paredes que sabem de ti. não seriam elas as testemunhas de um amor que
esta é definitivamente a minha casa. cada dia mais minha...

13 comentários:

Anónimo disse...

Eu próprio me sinto, hoje e de forma toda especial, a partilhar com particular veemência e vibração essa «propriedade interior» tão brusca quanto oprtunamente regressada à sua condição natural de extensão física e material de Ti!
De projecção ou de arranjo existencial/simbólico--e arquitectónico--de Ti, Maria.
Esta é, sem dúvida, uma hora de particular alegria e felicidade---para quem, como eu, aí se alimentou de desejos e palavras--ao som PALPÁVEL e demorado, absolutamente denso, dos próprios pensamentos.
Bem hajas Maria da Lua---
ou bem haja o acaso que te devolveu os ventos e a memória!

Anónimo disse...

AINDA A MEMÓRIA

Ainda a memória como um braçado de dunas bravias e maduras
---ou mão-cheia de versos---
sendo em húmus de gaivotas em chamas
uma pura, invasora e inexorável
impossível
ALEGRIA

Anónimo disse...

Quem sou eu?
Talvez até nem seja...
Talvez tenhas apenas captado sem verdadeiramente o teres procurado e desejado um eco do teu próprio procurar e... desejar.

Certifica-te!...

Rute Coelho disse...

confundes. aguças-em a curiosidade. e amis uma vez... obrigas-me a escrever. é ainda a única forma de te manter por perto. porque me habituei às tuas palavras.

Anónimo disse...

eis, então, o som de mais algumas..........................................................................................................................................................................................

(pergunta: os sons do silêncio também contam para ti, em certas circunstâncias como palavras?...)

Anónimo disse...

No dia 20 às 12horas e 21 minutos (12.21) Murphy estará «aqui»...

Anónimo disse...

(Quase...) nos termos exactos do prometido, Murphy esteve aqui. No dia 20 perto das prometidas 12.21.
Esteve, observou e nada encontrou...
Visivelmente desiludido, regressou ao silêncio.
Eram 12.52 do dia 20...

Rute Coelho disse...

não pude aqui estar no dia 20. estou no meu mail. adiciona-me. encontra-me.

Rute Coelho disse...

os sons do silêncio são as minhas novas palavras no post actual. encontra-as. ouve os meus gritos que te procuram encontrar. certificar-me que existes.

Anónimo disse...

Sim, mas...e eu existo?...

Anónimo disse...

Quanto ao teu mail: dá-me uma pista.
Talvez, após ela, eu exista...

Murphy

Rute Coelho disse...

existes. principias a existir. a surgir aqui como uma presença esperada. escrevo. penso em ti. para provocar a tua presença aqui

Rute Coelho disse...

o mail é MDLSSPC@hotmail.com encontra-me. deixa-me encontrar-te