domingo, fevereiro 18, 2007

fogo

quem brinca com o fogo, queima-se. foi assim que nos conhecemos. tu eras fogo. e eu estava disposta a queimar-me. nessa fogueira imensa. tivesse ela a dimensão que tivesse. durasse o tempo que durasse a extinguir-se. iria perserguir-te até ao fim. até te ter. decidi nesse mesmo dia.


com o passar do tempo, dei-me conta que não brincava com o fogo. pisava-o de pés descalços. com a humildade de quem sabe que para ter, é preciso lutar. com a inocência de quem inicia um caminho pela primeira vez. com a ingenuidade de quem ainda olha o mundo à volta com olhos grandes de espanto.




amo-te: piso o fogo de pés descalços.

10 comentários:

Perola Granito disse...

:)

risquinhos disse...

e as vezes nem se a dor a latejar nos pés descalços :)

risquinhos disse...

*sente

________________ /// Por Luci Couto /// ________________ disse...

gostei muito do teu texto.
tomei a liberdade de colocá-lo no meu blog, com o link do seu, ok?

:)

Anónimo disse...

Já comentei esse texto lá no blog da Luci... sempre brinco com fogo.. muito bons os textos daqui..
(Portugal?!)

MMS disse...

continuo a acreditar que vale a pena. pisar o fogo. mesmo de pes descalços. mesmo de olhos abertos de espanto. pq é ai que vamos buscando o sentido que nos falta. Obrigada pela tua visita aos meus ecos, pelo teu comentário e pelos teus textos, onde tantas vezes me encontro e me perco.

________________ /// Por Luci Couto /// ________________ disse...

obrigada vc por suas palavras...

:)

SHEEVR disse...

No fim, queimei-me!

Rute Coelho disse...

Muito, mas muito obrigado a todos pelos elogios e sobretudo pelo incentivo que por vezes tende a esmorecer.

Anónimo disse...

Fogo? Não!---disse. Sinais. Sinais é que é. O novelista sabia: havia-o escrito vezes sem conta na margem queimada de um estar. É de ouro!---exclamou de repente. Mas não era. Enganara-se. Iludira-se: era de água e um pouco de luz e vivia simplesmente do desejo.
Como se fosse de mármore---pensou.
E de novo o fogo o tomou de todas as cores pelo grande borrão mineral do escroto e dos testículos e, de súbito, vi-a, e de súbito vi-te e, de súbito, em Madrid, de Madrid, vai mas depressa, o Inverno (ou talvez fosse o inverso) e já o tivesse esquecido e o fogo consumia-lhe obstinado o oiro verde do púbis mas não era fogo, era temor, era a pedra completamente louca onde o corpo poisara de frutos no intervalo do dentro, só o vidro me olhava e deus chamou-o e disse de repente: vai-te foder!

Levantou-se completamente de ouvir os salmos e eu disse, ainda uma vez mas sem abrir os olhos ou respirar: não é fogo: são sinais...