sexta-feira, agosto 15, 2003

5.

Quando ainda regresso a essa vila e à casa branca que arrendámos nesse Inverno, encontro por vezes a Maria Ana. Ela finge que não me vê. Tem vergonha daquilo que se tornou. Mas eu continuo a ter a mesma ternura por ela. E, Maria Ana, acredita, não é pena o que vês nos meus olhos, é só mesmo isso ternura.
Voltar a essa vila, é tentar resgatar um Inverno e umas memórias que são só passado, mas que busco incessantemente num acto de masoquismo absoluto. Só para saber que acabou. Só para ter a confirmação de que realmente estou só. Como a Maria Ana.

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