sábado, maio 08, 2004

Em jeito





... de despedida falas-me de cavalos que são impossiveis de deter e que precisam de correr soltos por aí. Como tu, disses-me tu. Não te posso agarrar, nem prender. Falas-me de liberdade que tanto ambiciono e dás-me a solidão como factura. Mostras-me um mapa cheio de caminhos e de viagens que quero fazer e dizes-me para partir sozinha. Sem abraços, sem braços que me esperem depois, no regresso. Incerto e tardio, prevês tu. Com um beijo casto na testa, apelidas-me de guerreira. Não sei se sou, nem sei se quero ser. Acho que preferia acabar as minhas noites nos teus braços. Parto. Sozinha. Com a certeza que desta vez, não estarás à minha espera na estação. Em jeito de despedida, confesso-te: és capaz de ter razão há cavalos demasiado selvagens e sobretudo há quem não tenha força, jeito, sentimento, para os conseguir deter. Em jeito de despedida, digo-te ainda: amei-te. Por tudo o que não pudeste ser para mim.

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