sábado, maio 08, 2004

Hoje sou

as palavras que me custaram a sair. Sou o eco das tuas palavras mal pronunciadas. Sou as lágrimas que não me atrevi a chorar à tua frente. Doeriam mais, entendes? Sou o silêncio que ficou quando saíste. A luz ténue de um quarto que conhecemos de cor. Sou as paredes brancas que pintámos com as palavras do nosso amor. Sou no fim sozinha. Sou o sol que fica depois de tantas chuvas. Sou a terra molhada que lentamente desperta. Sou tudo aquilo que sobejou depois de ti. Sou eu. Sem mais nada. Sou eu outra vez. Sem ti.

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