O vento veste os cabelos, rasga a voz; é eco... sabe de nós. Ricardo Mariano É a única testemunha das esquinas frias onde nos despedimos a medo. Ninguém nos pode ver. Ou pressentir. Que isto existe. Que existimos. Que não é apenas o vento de um fim de tarde de inverno que me despenteia os cabelos. São as tuas mãos que os puxam. São os teus dedos que se enrolam nos meus caracóis.
É o vento desse final de tarde que me devolve à outra vida. É esse mesmo vento que me sacode por dentro. Me faz ter calor por todas as entranhas de mim e desejar-te. Aqui e agora. Mais do que um eco. A tua presença. E vento que sabe sempre de nós...
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