E se esta noite não fosse mais uma noite que passo sozinho? Poderias deitar-te ao meu lado e ajudar-me a adormecer. Espantar todos os fantasmas e esperar que o sono viesse de mansinho e me embalasse.
E se de manhã quando acordasse, fossem os teus cabelos a primeira imagem que visse na almofada? Beijar-te-ia suavemente e diria bom dia a mais um dia contigo. Prender-te-ia entre os meus dedos e serias uma vez mais minha. Só minha.
E se hoje fosse Inverno? Se a luz cinzenta que me acolhe o olhar fosse a desculpa ideal para ficarmos, assim deitados, encostados um ao outro, vivendo apenas de nós mesmos?
Dos beijos que damos e dos outros que prometemos não dar, das histórias que construímos nos vidros embaciados do nosso quarto. Da nossa casa.
E se hoje fosse Inverno? Seria apenas isso. Inverno. Esta seria só e apenas a minha casa e o meu quarto. E tu serias apenas o rosto da fotografia que guardo agrafada mim mesmo. Como uma recordação. De um Inverno. Que já passou. Mas que poderia ter sido hoje.
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