é a magia e o brilho. a beleza profunda antes do abismo. o caos antes da perfeição. o sentido de tudo o que nunca faz sentido nos dias que correm. a luz à nossa espera num túnel imenso. o eco das palavras e mesmo daqueles silêncios que ficam encastrados em nós à espera que a palavra s e solte e o verbo se desenhe nos lábios. São os olhos de quem vê. De quem ama e sabe. que os olhos dos outro são apenas reflexos dos seus. porque há nós de caos e perfeição, de beleza e abismo. nós muito apertados entre quem vê o amor nos olhos do outro. Porque há um nós em cada olhar teu.
sexta-feira, setembro 24, 2004
segunda-feira, setembro 20, 2004
Quando ainda era Verão
dantes é que era bom. víamos o sol nascer da nossa janela, comíamos a fruta madura da nossa janlea e o mundo acontecia mesmo ali aos nossos pés, onde as ondas do mar nos tocavam e faziam cócegas. devagar. porque o tempo eram aqueles longos três meses de férias. porque as amoras estavam maduras e pediam para ser colhidas e comidas em segredo mesmo antes da hora do jantar.
dantes é que era bom. descalços, as silvas não nos incomodavam e a terra entranhada no corpo era prova da sintonia perfeita. eu e tu. num verão desses longos e irrestíveis. que não sabíamos que não se voltaria a repetir. porque crescemos. as silvas magoam. a terra é sujidade. e as amoras demasiado maduras fazem mal. trocámos a noite pelo dia e já não há três meses de férias. há apenas umas semanas intercaladas ao longo do ano. é tudo. nada como dantes. Quando ainda era Verão...
dantes é que era bom. descalços, as silvas não nos incomodavam e a terra entranhada no corpo era prova da sintonia perfeita. eu e tu. num verão desses longos e irrestíveis. que não sabíamos que não se voltaria a repetir. porque crescemos. as silvas magoam. a terra é sujidade. e as amoras demasiado maduras fazem mal. trocámos a noite pelo dia e já não há três meses de férias. há apenas umas semanas intercaladas ao longo do ano. é tudo. nada como dantes. Quando ainda era Verão...
domingo, setembro 19, 2004
vê
por detrás dos meus olhos a luz que me consome. por detrás das minhas mãos há uma fogueira contínua. queima. mata. porque não te alcança. quase nunca.
Atas poemas às paredes e teces em fios de seda palavras que não deixas ouvir. e que dizem baixinho para continuar aqui. deste lado do espelho onde nada é ainda possivél.
lanças-te à estrada em sonhos falhados.
por detrás um da voz um fio de dia a chamar a noite. de luar pequeno. as estrelas não brilham.
vê a cadeira de pedra. ausência de ti. fria e dura. penosa. ninguém lá se senta.
Atas poemas às paredes e teces em fios de seda palavras que não deixas ouvir. e que dizem baixinho para continuar aqui. deste lado do espelho onde nada é ainda possivél.
lanças-te à estrada em sonhos falhados.
por detrás um da voz um fio de dia a chamar a noite. de luar pequeno. as estrelas não brilham.
vê a cadeira de pedra. ausência de ti. fria e dura. penosa. ninguém lá se senta.
domingo, setembro 12, 2004
Hope
"I have lost my horse, my armor, my sword. I have lost my way. I have lost my strength. I have lost everything...I will not lose hope."- Excalibur
quarta-feira, setembro 08, 2004
Sem
sem saudade porque isso é ainda resto. sem depois porque já não regresso.
sem ontem porque aconteceu. sem amanhã porque não volta acontecer.
sem promessas porque nunca se cumprem. sem palavras porque somos feitos de silêncios.
sem mais nada porque afinal foi isso que ficou. sem adeus porque não gosto de despedidas.
sem ontem porque aconteceu. sem amanhã porque não volta acontecer.
sem promessas porque nunca se cumprem. sem palavras porque somos feitos de silêncios.
sem mais nada porque afinal foi isso que ficou. sem adeus porque não gosto de despedidas.
terça-feira, setembro 07, 2004
a kiss is just a kiss
os teus olhos fixos nos meus à espera de uma resposta. são apenas olhos. os olhos a fecharem-se lentamente. sentir a tua respiração tão perto. confundi-la com a minha. o teu dedo nos meus lábios. devagar. temos a noite toda. pelo menos esta. só esta. pára. quero ter os olhos abertos. quero guardar a tua imagem a beijar-me. pode ser que um beijo seja apenas e só um beijo. que os teus lábios sejam apenas uns quaisquer lábios iguais a tantos outros. e esta apenas uma noite em que se pisou o risco e se perdeu o tino. uma noite igual a tantas outras. com lua e estrelas. e nós apenas sós. Um beijo é apenas e só um beijo. um risco assumido. sem volta atrás. os nossos lábios sabem da nossa história. nós apenas sós. Still friends? a kiss is just a kiss, don't forget about that.
domingo, setembro 05, 2004
A mulher de Inverno
De mãos nos bolsos percorre as ruas e as avenidas de cidade grande e crua. Veste-se de branco em pleno inverno. parece quase sempre uma noiva com as suas saias compridas ou vestidos sem mangas. é estranha. sem abrigo. maluca. não puta. nem drogada.
vive das palavras que espalha como pó branco de magia que entorna em cada rosto que pára. escuta. e olha abismado. dividido entre aquele ser diferente e o resto do mundo. dos dias. fracções de vidas que lhe passam. ao lado. num constante corropio. não lhe deixam marcas. Mas ela sim deixa, em cada ouvido que a escuta, em cada coração que ela encontra aberto. Canta, recita, improvisa palavras que se derramam em sangue vivo pelas ruas e avenidas da cidade grande e crua. Que já não pára. Para loucas como ela. A cidade já não tem tempo para sentir. Como ela de branco. Em pleno Inverno. Uma noiva abandonada. Louca definitivamente pelas palavras que nela são apenas e só poesia.
vive das palavras que espalha como pó branco de magia que entorna em cada rosto que pára. escuta. e olha abismado. dividido entre aquele ser diferente e o resto do mundo. dos dias. fracções de vidas que lhe passam. ao lado. num constante corropio. não lhe deixam marcas. Mas ela sim deixa, em cada ouvido que a escuta, em cada coração que ela encontra aberto. Canta, recita, improvisa palavras que se derramam em sangue vivo pelas ruas e avenidas da cidade grande e crua. Que já não pára. Para loucas como ela. A cidade já não tem tempo para sentir. Como ela de branco. Em pleno Inverno. Uma noiva abandonada. Louca definitivamente pelas palavras que nela são apenas e só poesia.
(Este post nasceu por acaso. E por respeito às leis da inspiração deixei-o ficar. Pode ser que um dia venha a ser conto. Quem sabe?)
sexta-feira, setembro 03, 2004
E baixinho...
disse-te que sim, que estava triste. que me apetecia apenas ficar sentada no canto das paredes brancas, à espera. de quê. não da morte. mas da vida.
deixaste-te escorregar lentamente pela parede e ficaste sentado comigo durante algum tempo. quanto tempo não sei. não uso relógio. o meu tempo nunca é igual aos dos outros. ficámos ali. calados. meio envergonhados. se alguém nos visse... que diriam... dois patetas, de certeza!
o corpo pedia movimento. de tão quietos e calados que estávamos. à espera da vida. sabes, disse-me entretanto ele enquanto mudava de posição e se punha à minha frente, a vida não se espera, vive-se. despediu-se de mim, da casa, das paredes brancas e foi viver. eu continuei à espera. agora não da vida. mas da vida com ele. para a finalmente viver.
deixaste-te escorregar lentamente pela parede e ficaste sentado comigo durante algum tempo. quanto tempo não sei. não uso relógio. o meu tempo nunca é igual aos dos outros. ficámos ali. calados. meio envergonhados. se alguém nos visse... que diriam... dois patetas, de certeza!
o corpo pedia movimento. de tão quietos e calados que estávamos. à espera da vida. sabes, disse-me entretanto ele enquanto mudava de posição e se punha à minha frente, a vida não se espera, vive-se. despediu-se de mim, da casa, das paredes brancas e foi viver. eu continuei à espera. agora não da vida. mas da vida com ele. para a finalmente viver.
quinta-feira, setembro 02, 2004
Pó e poeiras
cansada de aqui estar. de me vestir de lágrimas. de me obrigar a ser pedra. bruta. que já ninguém tem coragem de moldar. cansada de não poder ser trovão. cansada de ser a chuva miudinha que cai sem que ninguém dê por isso.
hoje cansada por ser de pó. que basta soprar para desaparecer. cansada do asfalto duro e negro. cansada da poeira que teima em não assentar. cansada de uma liberdade mais parecida com a solidão do que com a felicidade. cansada de ser de pó. cansada de me soprarem.
hoje cansada por ser de pó. que basta soprar para desaparecer. cansada do asfalto duro e negro. cansada da poeira que teima em não assentar. cansada de uma liberdade mais parecida com a solidão do que com a felicidade. cansada de ser de pó. cansada de me soprarem.
quarta-feira, setembro 01, 2004
de cor e magia
Estou cansada dos trapezistas. De saltos em saltos. De espírito aberto para a possibilidade de partirem o pescoço. Estou cansada dos equilibristas que se desenrascam na corda bamba. Viagens sem regresso. Nem rede. Preciso de um mágico. Não quero saber como faz os truques. não me importo que sejam apenas truques. Quero apenas magia. E uma ilusão.
Uma ilusão cheia de magia. Daquelas que são tão reais que se confundem connosco. Que afinal não somos mais do que uma invenção feita pelos olhos dos outros. Os mágicos. Que amam. Criam ilusões. Perfeitas de cor e magia. Os outros. Esses mágicos...
Uma ilusão cheia de magia. Daquelas que são tão reais que se confundem connosco. Que afinal não somos mais do que uma invenção feita pelos olhos dos outros. Os mágicos. Que amam. Criam ilusões. Perfeitas de cor e magia. Os outros. Esses mágicos...
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