dantes é que era bom. víamos o sol nascer da nossa janela, comíamos a fruta madura da nossa janlea e o mundo acontecia mesmo ali aos nossos pés, onde as ondas do mar nos tocavam e faziam cócegas. devagar. porque o tempo eram aqueles longos três meses de férias. porque as amoras estavam maduras e pediam para ser colhidas e comidas em segredo mesmo antes da hora do jantar.
dantes é que era bom. descalços, as silvas não nos incomodavam e a terra entranhada no corpo era prova da sintonia perfeita. eu e tu. num verão desses longos e irrestíveis. que não sabíamos que não se voltaria a repetir. porque crescemos. as silvas magoam. a terra é sujidade. e as amoras demasiado maduras fazem mal. trocámos a noite pelo dia e já não há três meses de férias. há apenas umas semanas intercaladas ao longo do ano. é tudo. nada como dantes. Quando ainda era Verão...
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