quarta-feira, março 31, 2004
Caminhos
Por um caminho. Estranho. De terra batida e muito pouco conhecido. Foi nesse caminho que nos encontrámos e em que eu choquei contigo. Assim sem mais nem menos. Como toda a gente profetizou um dia " quando menos esperares, puf!, acontece!". E aconteceu. Acontece. Quando me inventas mundos, quando me dás a mão e o mundo parece apenas ser o nosso ou quando os teus lábios roçam suavemente os meus. Quando fecho os olhos, esqueço os medos. Esqueço-me de tudo. Mas encontro-te no mesmo caminho. À minha espera, desde sempre, garantes tu.
sexta-feira, março 26, 2004
Sem lua nem sol
porque há dias assim... cinzentos. Em que me apetece mandar o mundo à m****. Em que me apetece fugir e deixar de entender, há dias assim em que ponho tudo em causa, em que me ponho em causa. em que fumo demasiado. em que me sinto demasiado. Dias sem lua nem sol. Sem luz. Cinzentos e sem qualquer brilho que se arrastam por horas indefenidas em autocomiseração. São assim estes dias...
terça-feira, março 23, 2004
Eu, apenas, eu...
Gosto da vida. Dos seus constantes desafios. Das quedas que obrigam ao nascimento de feridas. Das lágrimas que brotam sem cessar. Mas gosto sobretudo da liberdade de olhar de frente para o mundo e da utopia que alimenta o sonho de o poder possuir um dia por inteiro. Nem que seja comprimido no corpo ou no sorriso inteiro e franco de alguém. Sem cordas. Sem prisões porque tal como as gaivotas, aspiro à liberdade. E o amor é uma forma de liberdade. Do corpo e do espírito.
Exponho-me. Entrego-me. Porque não quero perder tempo. Porque a vida é curta, como me ensinaste um dia. E, juro-te não quis acreditar. Éramos jovens, tinha o tempo todo para te confessar o que sentia. Até um dia, o tempo se ter esgotado entre nós.
Agora agarro a vida. Suspendo o tempo entre as minhas mãos e impeço o amor de se escapulir. Muitas vezes não consigo. Porque não depende de mim. As coisas que amo são livres de ir e voltar. Afinal a liberdade faz parte do amor. É isto o equílbrio do trapezista que vive sempre sem rede. É isto o voo interminável da gaivota. É isto o motor de arranque de qualquer viajante. É isto que me faz viver. E procurar. Sempre o mais. O meu mais.
Exponho-me. Entrego-me. Porque não quero perder tempo. Porque a vida é curta, como me ensinaste um dia. E, juro-te não quis acreditar. Éramos jovens, tinha o tempo todo para te confessar o que sentia. Até um dia, o tempo se ter esgotado entre nós.
Agora agarro a vida. Suspendo o tempo entre as minhas mãos e impeço o amor de se escapulir. Muitas vezes não consigo. Porque não depende de mim. As coisas que amo são livres de ir e voltar. Afinal a liberdade faz parte do amor. É isto o equílbrio do trapezista que vive sempre sem rede. É isto o voo interminável da gaivota. É isto o motor de arranque de qualquer viajante. É isto que me faz viver. E procurar. Sempre o mais. O meu mais.
sábado, março 20, 2004
A imagem foi retirada daqui
O horizonte a perder de vista. As gaivotas que se esvoaçam livremente pelos céus. Em busca de alimento. Voam. Pelo prazer de voar. De buscar. De atingir o limite dos céus. Da liberdade.
Cansadas, passam apenas a planar. Com a ajuda da breve brisa que as faz flutuar na superfície morna de um sonho incessante, mas já velho e doloroso demais para o esforço que implica voar.
Eu ainda voo. De asas feridas. Cansadas ou quebradas. Ignoro a dor de ontem. De hoje e de amanhã. Prefiro contemplar o horizonte. Na clasura de um sonho. De olhos abertos para o mundo.
segunda-feira, março 15, 2004
O convite
para beber um copo, para dançar num discoteca cheia de barulho, luzes e álcool, para um jantar, para uma ida ao teatro, ao cinema, a uma exposição de pintura, a um jardim, a uma aldeia perdida no meio de Portugal num fim-de-semana repleto de aventuras. Os convites. Consecutivos e quase sempre irrecusáveis. Até ao último.
"Queres ser a minha madrinha de casamento?"
Madrinha de casamento, repeti sem cessar para mim mesma. Porque não? Porque não sentia vontade de aceitar aquele último convite?
A resposta descobri-a nessa noite quando me olhei ao espelho e vi nele reflectida a verdade. Madrinha?! não. Porque não. Porque gostava dele. E era tarde demais para lhe dizer. Já não havia tempo para um último convite. Nem para mais nada. Madrinha? Porque sim. Porque ele é o meu melhor amigo. Porque lhe devo isso. Afinal é o seu último convite...
"Queres ser a minha madrinha de casamento?"
Madrinha de casamento, repeti sem cessar para mim mesma. Porque não? Porque não sentia vontade de aceitar aquele último convite?
A resposta descobri-a nessa noite quando me olhei ao espelho e vi nele reflectida a verdade. Madrinha?! não. Porque não. Porque gostava dele. E era tarde demais para lhe dizer. Já não havia tempo para um último convite. Nem para mais nada. Madrinha? Porque sim. Porque ele é o meu melhor amigo. Porque lhe devo isso. Afinal é o seu último convite...
sexta-feira, março 12, 2004
Não me canso
de te olhar, de espreitar em ti as cores que me inundam de alegria. De te tocar e de sentir os meus dedos a percorrer lentamente a tua pele. De te ouvir. De te calar com o meu silêncio que não é mais do que a falta de palavras. Da ausência de saudades inconfessáveis. Não me canso disto, seja lá o que isto for...
quarta-feira, março 10, 2004
Um novo blog
Nasceu! É bonito. Ou promete ser. Fala de amor. Da história de amor deles e é escrita por ambos. Dá vontade de acreditar que eles existem mesmo e que é de verdade o que sentem e o que escrevem. Às vezes como hoje dá vontade de acreditar no Amor. Pelo menos o deles. Começa assim a história:
"Sem príncipes ou princesas...
Não há lugar nesta história para príncipes ou princesas. Nem há fadas que tornem a nossa história possível. Nem sequer há bruxas para nos envenenar. Não há florestas encantadas onde nos possamos encontrar à luz mágica do luar. Não há ficção. " Encontrem o resto desta história feita de seda e ganga aqui
"Sem príncipes ou princesas...
Não há lugar nesta história para príncipes ou princesas. Nem há fadas que tornem a nossa história possível. Nem sequer há bruxas para nos envenenar. Não há florestas encantadas onde nos possamos encontrar à luz mágica do luar. Não há ficção. " Encontrem o resto desta história feita de seda e ganga aqui
A®dor
Doença infecto-contagiosa. Vírus letal. Prisão perpétua. Quarentena eterna, em camas impessoais, onde me deito, me esqueço de ti e me lembro que dói. Tudo. Corpo vivo a morrer em chama ardente. Memória lembrada por esquecer. Ferida que dói e se sente. Vela. Ardor, que inflama o corpo. Dói. Muito... Aqui e agora neste espaço pequenino em que as tuas mãos não tocam nas minhas. Em que estás longe, mesmo que eu te sinta perto. Tanto que parece insuportável não te poder tocar. Frases curtas com palavras grandes que não conseguem esgotar o frio que não se aquece, o ardor que não arrefece, nem com as lágrimas que congelam antes de despontarem nos meus olhos.
Fugir, esquecer, lembrar que estar viva é arrombar cofres e pilhar todos os sorrisos amarelos que se encontrarem. Perder-me para me depois me encontrar num café cheio sorrisos estranhos, onde pedir colo é tão simples como pedir um cigarro ou um gole de água. Morrer devagar, esfumando-se no sabor estranho do tabaco proibido.
Esconderijo forçado. Submundo da solidão. Onde não te encontro e por isso te choro. Pedaço de tempo retirado ao mundo, em que respiro um ar carregado de longos silêncios ,encobertos pela escuridão da noite.
Luz fraca, que não põe a descoberto a ferida e não fere os olhos. Mar imenso e fundo onde mergulho, sem querer, todas as noites. Mais uma noite. Dor. Sempre a dor. E o ardor que vence quase todos os meus sorrisos.
Abril 2001
Fugir, esquecer, lembrar que estar viva é arrombar cofres e pilhar todos os sorrisos amarelos que se encontrarem. Perder-me para me depois me encontrar num café cheio sorrisos estranhos, onde pedir colo é tão simples como pedir um cigarro ou um gole de água. Morrer devagar, esfumando-se no sabor estranho do tabaco proibido.
Esconderijo forçado. Submundo da solidão. Onde não te encontro e por isso te choro. Pedaço de tempo retirado ao mundo, em que respiro um ar carregado de longos silêncios ,encobertos pela escuridão da noite.
Luz fraca, que não põe a descoberto a ferida e não fere os olhos. Mar imenso e fundo onde mergulho, sem querer, todas as noites. Mais uma noite. Dor. Sempre a dor. E o ardor que vence quase todos os meus sorrisos.
Abril 2001
quinta-feira, março 04, 2004
Morte:
Branco, tudo muito branco: velas, lágrimas e dor. Entranhada nos ossos e nos pequenos músculos do coração que o fazem bater mais lentamente, como se quisesse também ele parar. Negro, escuro. Nas roupas carregadas de mágoa.
Uma borracha branca, instantes efémeros que se escreveram a lápis num tempo e num espaço distante. Palavras ignoradas, beijos adiados e quilómetros que não se percorreram.
Tudo branco, os nossos momentos, transformados em mágoas, que nos consomem devagar, lentamente, naquela morte cinzenta de se ir acabando, entre lembranças e lágrimas.
Altar de ninguém; sítio onde não te encontro; muro que separa dois amantes que se queriam juntos e juntos se fizeram eternos, nas lágrimas de cera derretida em igrejas e capelas. Frio, que não se aquece, sombra que não se esquece. Silêncio magoado. A dor ignorada ontem, hoje tão nossa, tão minha, lembrada nos meus dedos que ainda te escrevem cartas, nos olhos que ainda te procuram nos imensos olhos do mundo, nas minhas mãos que ainda querem as tuas. Fogueira. Auto sem Fé. Chamas. Não te oiço, mas sei que me chamas, a tua voz percorre a distância dos quilómetros de estrada com sentido único. Sem mapa e sem sentido. Sinal de paragem obrigatório. Stop, no cruzamento errado. Pelas nossas contas, o sinal só deveria estar muito à frente. Quando fôssemos velhinhos e já não precisássemos de dizer nada. Seria um stop natural, para o silêncio que ficaria quando os nossos olhares se tocassem e as palavras emigrassem para longe de nós. Morte. A tua. A minha.
Julho de 2000
Uma borracha branca, instantes efémeros que se escreveram a lápis num tempo e num espaço distante. Palavras ignoradas, beijos adiados e quilómetros que não se percorreram.
Tudo branco, os nossos momentos, transformados em mágoas, que nos consomem devagar, lentamente, naquela morte cinzenta de se ir acabando, entre lembranças e lágrimas.
Altar de ninguém; sítio onde não te encontro; muro que separa dois amantes que se queriam juntos e juntos se fizeram eternos, nas lágrimas de cera derretida em igrejas e capelas. Frio, que não se aquece, sombra que não se esquece. Silêncio magoado. A dor ignorada ontem, hoje tão nossa, tão minha, lembrada nos meus dedos que ainda te escrevem cartas, nos olhos que ainda te procuram nos imensos olhos do mundo, nas minhas mãos que ainda querem as tuas. Fogueira. Auto sem Fé. Chamas. Não te oiço, mas sei que me chamas, a tua voz percorre a distância dos quilómetros de estrada com sentido único. Sem mapa e sem sentido. Sinal de paragem obrigatório. Stop, no cruzamento errado. Pelas nossas contas, o sinal só deveria estar muito à frente. Quando fôssemos velhinhos e já não precisássemos de dizer nada. Seria um stop natural, para o silêncio que ficaria quando os nossos olhares se tocassem e as palavras emigrassem para longe de nós. Morte. A tua. A minha.
Julho de 2000
quarta-feira, março 03, 2004
Palavras
de estar aqui, de escrever como agora... em que os meus dedos são as palavras que sinto e essas são tão poucas que não te dizem porque ainda continuo por aqui... a escrever. Porque sim, às vezes também eu me canso de escrever e de ser assim. Também penso em desistir destas palavras, destes sentimentos todos e de todas estas memórias inventadas ou não. Mas resisto. Persisto em escrever. Em ser assim. À espera de dias melhores. Aqui. Sozinha. Com as minhas palavras que são os dedos que tocam à noitinha em surdina.
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