quinta-feira, setembro 02, 2004

Pó e poeiras

cansada de aqui estar. de me vestir de lágrimas. de me obrigar a ser pedra. bruta. que já ninguém tem coragem de moldar. cansada de não poder ser trovão. cansada de ser a chuva miudinha que cai sem que ninguém dê por isso.
hoje cansada por ser de pó. que basta soprar para desaparecer. cansada do asfalto duro e negro. cansada da poeira que teima em não assentar. cansada de uma liberdade mais parecida com a solidão do que com a felicidade. cansada de ser de pó. cansada de me soprarem.

3 comentários:

inha disse...

Compreendo-te.

Politikus disse...

Não te canses a lutar contra o que não queres, grita, pula, choro, mas não te revoltes... Adorei este texto.

Anónimo disse...

Very nice site!
»