sábado, novembro 15, 2003

Pequenos Nadas

Este texto não foi escrito por mim, mas antes por um AMIGO. É por isso, um sentido tributo à amizade. E ao amor. Esses pequenos nadas que nos juntaram e agora nos unem.

A Ti afilhada
Para o teu blog, se achares merecedor disso.

Estava eu sentado na mesa, em casa da minha afilhada Maria da Lua, afilhada de faculdade, entenda-se, a beber o café que esperava que me fizesse acordar do vinho, quando disse:
- Um dia hei-de escrever um livro chamado: “pequenos nadas”! E todos se riram de mim, ninguém sabe o que são pequenos nadas, pelo menos os meus...

Sting falava comigo da distante aparelhagem que ecoava do fundo da sala: “ If he loved you like I love you... prontamente pedi um momento para mim, para me entregar a memórias e a sentimentos antigos, como é óbvio, ninguém respeitou.
- Esta faz-me recordar alguém! Chama-se .............! - no entanto mentia, mentia com todos os dentes que tinha na boca, não me fazia lembrar ninguém, apenas me despertava para o sentimento de vazio que nos consome quando somos eternamente apaixonados e não temos ninguém que mereça tal partilha... Amar é, acima de tudo, partilhar, se tal não existir, não passa de um sentimento egoísta de possuir alguém para nosso puro prazer. ( Sim, ponto final. Não há grande teoria sobre isto que não redunde em fracasso, quem pensar o contrario é louco, ou está simplesmente unilateralmente apaixonado.)
Lembrei-me de todas as gajas que fodi e continuo a foder e nunca gostei, de todas aquelas que amei e nem me atrevi a entrar de tão sagradas serem, e por final, de todas aquelas com quem partilhei a minha breve existência e nunca me mereceram tocar..
- Jorge, lembrei-me agora! Também penteias os pelos púbicos quando tomas banho?- perguntou um outro amigo nosso
- Claro!- respondi, prontamente.
- Que raio de conversa!, disse a Maria da Lua ... porque fazem isso...?
- Porquê? Não puxas os teus para cima também, quando estás no duche?
- Como é que sabes isso?
- Todos fazemos isso!
Pequenos nadas, que me hei-de recordar para sempre, momentos eternos na sua pequenez. Somos demasiadamente iguais às vezes para não saber o que o parceiro do lado pensa, e mesmo assim perdemos tempo a mais a perscrutar a origem do silêncio, em busca do nada. Enfim! Em busca de nós próprios...
Reticências a mais para um texto que se procura profundo, típico de quem escreve a negrito...
Pequenos nadas, pequenos pedaços de mim que ficam por onde vagueio, laivos de cheiro que não chegam a ser perfume. Ai! Como eu adoro cheirar!


Jorge Barros

Algures num dia de insónia, daqueles que nunca me hei-de lembrar, mas que para sempre hão de ficar cravados em mim.”

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