sábado, novembro 22, 2003

Tempo

elasdisseram que o que o tempo quando dói é devagar. Aproveito o mote e olho para o relógio. Os ponteiros parecem que não saem do sítio. Ainda falta tanto para me vires buscar! Já me vesti e despi umas dezenas de vezes. Maquilhei-me mais umas quantas vezes. Pus umas gotas daquele perfume que tanto gostas, atrás das orelhas e nos pulsos. E espero por ti. Pelo tempo que não passa. Espero por esse outro tempo que ainda não passou. Dos beijos que se dão no canto na boca, quando se quer e se adivinham os outros. Profundos e deliciosos. Das mãos que brincam insistentemente com o cigarro ou com a colher do café. Enquanto o tempo, não se deixa enganar e anda devagar. Enquanto olhos devoram outros olhos e as palavras fazem as vezes de corpos que se querem juntos, antes que o relógio pare e o tempo, o nosso tempo acabe. Porque acaba quase sempre. E quando dói é devagar. Como agora, que para variar, estás atrasado. Ou será que sou eu que estou demasiado adiantada?!

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